Sectores estratégicos, mercado comum
e soberania nacional

Recuperar o controlo público<br>para garantir o desenvolvimento<br>e a independência

Carlos Nabais (texto)
Jorge Caria (fotos)

A ali­e­nação pelos go­vernos dos sec­tores es­tra­té­gicos in­tegra-se na ofen­siva mais geral do ca­pital trans­na­ci­onal contra a so­be­rania dos es­tados, vi­sando a apro­pri­ação dos seus re­cursos, a ex­plo­ração e o em­po­bre­ci­mento dos povos. Travar e in­verter este pro­cesso é pois uma con­dição in­dis­pen­sável para ga­rantir o pro­gresso eco­nó­mico e so­cial, como as­si­nalou Vasco Car­doso, membro da Co­missão Po­lí­tica do PCP, no en­cer­ra­mento do de­bate «Sec­tores es­tra­té­gicos, mer­cado comum e so­be­rania na­ci­onal – um olhar desde o sector dos trans­portes».

Impõe-se a re­versão de em­presas pri­va­ti­zadas e a tra­vagem e in­versão dos pro­cessos de sub­con­cessão e sub­con­tra­tação

A ini­ci­a­tiva, pro­mo­vida dia 27 de No­vembro, em Lisboa, pelos de­pu­tados do PCP no PE, em co­or­de­nação com o Grupo Con­fe­deral da Es­querda Uni­tária Eu­ro­peia/​Es­querda Verde Nór­dica (GUE/​NGL), deu par­ti­cular en­foque ao sector de trans­portes.

Como sa­li­entou logo na aber­tura o de­pu­tado Mi­guel Vi­egas, os trans­portes re­pre­sentam cerca de 4,5 por cento do Pro­duto In­terno Bruto da União Eu­ro­peia, sendo res­pon­sá­veis por dez mi­lhões de postos de tra­balho, que re­pre­sentam a mesma per­cen­tagem do em­prego total no es­paço da UE.

A di­mensão e im­por­tância deste «mer­cado» tornam-o par­ti­cu­lar­mente ape­te­cível ao grande ca­pital. Por isso, nos úl­timos 30 anos, têm bro­tado das ins­tân­cias co­mu­ni­tá­rias su­ces­sivos pa­cotes li­be­ra­li­za­dores, com o ob­jec­tivo de es­ta­be­lecer o do­mínio ab­so­luto das mul­ti­na­ci­o­nais à es­cala eu­ro­peia.

Mas os trans­portes estão longe de ser um caso iso­lado. Charis Poly­carpou, membro do CC do AKEL (Chipre), re­feriu que as con­di­ções im­postas pela troika aos países in­ter­ven­ci­o­nados in­cluem sempre a pri­va­ti­zação de ser­viços e em­presas pú­blicas.

Esta im­po­sição, sa­li­entou Poly­carpou, não tem qual­quer fun­da­mento legal ou eco­nó­mico. Não só os tra­tados res­salvam for­mal­mente a so­be­rania dos es­tados nesta ma­téria, como na maior parte dos casos as em­presas pú­blicas pri­va­ti­zadas de­sem­pe­nham um papel fun­da­mental na eco­nomia, são ren­tá­veis e dão uma im­por­tante con­tri­buição para o or­ça­mento dos es­tados.

No caso do Chipre, só três em­presas semi-es­ta­tais, de elec­tri­ci­dade (EAC), te­le­co­mu­ni­ca­ções (CYTA) e dos portos, hoje em risco de pri­va­ti­zação, ge­raram re­ceitas para o Es­tado su­pe­ri­ores a mil mi­lhões de euros, nos úl­timos oito anos.

Um dos ar­gu­mentos mais re­pi­sados do dis­curso ofi­cial para jus­ti­ficar as pri­va­ti­za­ções é a ale­gada «efi­cácia» da gestão pri­vada. To­davia, a prova de que tal não passa de uma fa­lácia, mil vezes re­pe­tida, ficou à vista de todos com a eclosão da crise fi­nan­ceira de 2007-2008.

Odran Cor­coran, re­pre­sen­tante do Sinn Féin, re­cordou que os ir­lan­deses foram obri­gados a pagar 42 por cento do custo total da fa­lência dos bancos, apesar de a co­lossal dí­vida de 62 mil mi­lhões de euros da banca ir­lan­desa ser de­tida por apenas 191 in­di­ví­duos.

Marc Bo­tenga, do Par­tido do Tra­balho da Bél­gica, cen­trou-se nos trans­portes de pas­sa­geiros, em par­ti­cular nos ca­mi­nhos-de-ferro, ame­a­çados no seu país pela pri­va­ti­zação. O seu ca­rácter es­tra­té­gico de­corre antes de mais do facto de deles de­pen­derem o di­reito à mo­bi­li­dade e a um am­bi­ente sau­dável. Mas em caso de pri­va­ti­zação, também há uma di­fe­rença sig­ni­fi­ca­tiva na qua­li­dade do ser­viço e no preço, como ilustra a ex­pe­ri­ência do Reino Unido. Aqui, para além de terem ocor­rido 1800 aci­dentes, entre 1996 e 2000, os preços dis­pa­raram.

A cor­rida às pri­va­ti­za­ções

Numa breve re­tros­pec­tiva, o de­pu­tado João Fer­reira lem­brou que o pro­cesso de pri­va­ti­za­ções em larga es­cala na Eu­ropa teve início no Reino Unido, no final dos anos 70, no con­su­lado That­cher, che­gando na dé­cada se­guinte à Eu­ropa con­ti­nental.

Assim, «entre 1977 e 2004, foram le­vadas a cabo mais de quatro mil pri­va­ti­za­ções no mundo in­teiro». A Eu­ropa oci­dental foi a mais ac­tiva, pro­mo­vendo «29 por cento das pri­va­ti­za­ções», as quais ge­raram «quase me­tade (48%) das re­ceitas de todas as pri­va­ti­za­ções efec­tu­adas neste pe­ríodo, no mundo in­teiro».

Os es­tados da Eu­ropa oci­dental con­se­guiram a «proeza» de pri­va­tizar mais em­presas do que os da Eu­ropa de Leste e da ex-União So­vié­tica, bloco res­pon­sável por 28 por cento das pri­va­ti­za­ções feitas no mundo.

No en­tanto, re­feriu ainda João Fer­reira, «até à pri­meira me­tade da dé­cada de 90 (com a ex­cepção do Reino Unido), os sec­tores es­tra­té­gicos – no­me­a­da­mente os trans­portes, as te­le­co­mu­ni­ca­ções, a energia, as cha­madas «uti­li­ties» – man­ti­nham-se sob con­trolo pú­blico».

A grande ace­le­ração ve­ri­fica-se a partir do Tra­tado de Ma­as­tricht, com os seus «nada inó­cuos» «cri­té­rios de con­ver­gência para a moeda única», o «apro­fun­da­mento do mer­cado único», «com o avanço do mer­cado sobre áreas até aí res­guar­dadas», e no con­texto dos acordos li­be­ra­li­za­dores da Or­ga­ni­zação Mun­dial do Co­mércio.

Ao mesmo tempo, esta ver­da­deira cor­rida às pri­va­ti­za­ções é re­ve­la­dora da exis­tência de am­plos sec­tores es­ta­ti­zados na mai­oria dos países. Estes sec­tores, sa­li­entou o de­pu­tado, de­sen­vol­veram-se no fun­da­mental em três pe­ríodos: após a Grande De­pressão, anos 20 e 30, em que se ve­ri­fi­caram «na­ci­o­na­li­za­ções em massa, de­ter­mi­nadas pela ne­ces­si­dade do Es­tado de re­cu­perar e de­sen­volver a eco­nomia»; no pe­ríodo do pós-guerra, de­ter­mi­nadas pelas «exi­gên­cias da re­cons­trução», mas também pela «afir­mação do so­ci­a­lismo como sis­tema com di­mensão con­ti­nental e pos­te­ri­or­mente mun­dial e das suas con­quistas»; uma nova vaga de na­ci­o­na­li­za­ções ocorreu «na sequência do choque pe­tro­lí­fero e da crise dos anos 70».

«A con­clusão que daqui se pode re­tirar», disse João Fer­reira, é que a exi­gência de «de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, de in­cre­mento da pro­dução, de res­posta a pro­blemas so­ciais can­dentes, ou mesmo a grandes pro­blemas na­ci­o­nais, sempre esta exi­gência teve como res­posta o de­sen­vol­vi­mento de um amplo e forte sector pú­blico em­pre­sa­rial, com ên­fase par­ti­cular nos sec­tores es­tra­té­gicos da eco­nomia».

Tor­rente de­vas­ta­dora

Ao longo do de­bate foram feitas vá­rias in­ter­ven­ções sec­to­riais que des­cre­veram um quadro de des­truição nos vá­rios ramos dos trans­portes.

No sector por­tuário, Mar­ga­rida Aboim, do exe­cu­tivo do or­ga­nismo de di­recção do sector dos trans­portes da ORL, des­tacou dois eixos do pro­cesso de li­be­ra­li­zação: o pri­meiro foi a li­qui­dação da Ma­rinha Mer­cante, o se­gundo a en­trega da ac­ti­vi­dade por­tuária a grupos pri­vados.

Em con­sequência, Por­tugal re­duziu pra­ti­ca­mente a zero a sua Ma­rinha Mer­cante, ao mesmo tempo que pri­va­ti­zava ou li­qui­dava parte im­por­tante dos es­ta­leiros na­vais. Por seu turno, o es­sen­cial da ac­ti­vi­dade por­tuária está hoje nas mãos de mul­ti­na­ci­o­nais. O que resta na es­fera da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, por exemplo, a pi­lo­tagem das barras, também está sob ameaça de pri­va­ti­zação.

Não menos de­so­la­dora é a si­tu­ação no sector fer­ro­viário, onde, se­gundo Ca­ta­rina Car­doso, do exe­cu­tivo do or­ga­nismo dos trans­portes da ORL e da Co­missão de Tra­ba­lha­dores da CP, o parque de ma­te­rial cir­cu­lante se en­contra no «pior es­tado de con­ser­vação dos úl­timos 40 anos», fruto da falta de in­ves­ti­mento e das ine­fi­ci­ên­cias ge­radas pela se­pa­ração das ofi­cinas e da infra-es­tru­tura em em­presas in­de­pen­dentes da CP, no in­tuito da fu­tura pri­va­ti­zação.

No sector do táxi, como as­si­nalou Carlos Car­valho, do exe­cu­tivo do or­ga­nismo dos trans­portes da ORL, a si­tu­ação é mar­cada pela «li­be­ra­li­zação, con­cor­rência des­leal e ilegal e pela pi­ra­taria». Os pro­fis­si­o­nais deste sector vivem «mo­mentos de an­gústia e in­cer­teza», de­vido à falta de re­gu­la­men­tação, às prá­ticas de sobre-ex­plo­ração de tra­ba­lha­dores e à per­mis­si­vi­dade face à ac­ti­vi­dade ilegal de em­presas, como é o caso da mul­ti­na­ci­onal norte-ame­ri­cana UBER.

Ar­re­piar ca­minho

Ana­li­sando os re­sul­tados da in­tro­dução da dita «con­cor­rência» nos trans­portes ro­do­viá­rios, Rego Mendes, do exe­cu­tivo do or­ga­nismo dos trans­portes da ORL, con­cluiu que a ex­pe­ri­ência em Por­tugal re­sultou em «trans­portes mais caros, menos oferta, con­cen­tração das em­presas pri­vadas e do­mínio do mer­cado pelas mul­ti­na­ci­o­nais es­tran­geiras.

Ac­tu­al­mente, frisou, o trans­porte ro­do­viário de pas­sa­geiros é do­mi­nado por três grandes grupos; Bar­ra­queiro, Transdev e Ar­riva. A Bar­ra­queiro é de­tida em 31,5 por cento pela Ar­riva, e esta é con­tro­lada pela Deutsche Bahn.

E esse seria o des­tino da Carris e do Me­tro­po­li­tano de Lisboa, bem como da STCP e Metro do Porto, caso o go­verno PSD/​CDS-PP con­ti­nu­asse em fun­ções, como re­alçou Bruno Dias, membro do CC do PCP e de­pu­tado na AR.

Porém, su­bli­nhou, o «novo Go­verno tem plenas pos­si­bi­li­dades, e todos os meios e con­di­ções, para tomar me­didas exe­cu­tivas ime­di­atas para can­celar esses pro­cessos, cum­prindo a von­tade mai­o­ri­tária do povo e da As­sem­bleia da Re­pú­blica e o com­pro­misso as­su­mido – e hoje mesmo re­a­fir­mado, como pu­demos ouvir».

O as­salto à TAP

Sobre o trans­porte aéreo in­ter­vi­eram Fer­nando Hen­ri­ques, do exe­cu­tivo do or­ga­nismo dos trans­portes da ORL e di­ri­gente do SI­TAVA, que falou sobre a li­be­ra­li­zação da as­sis­tência em es­cala (han­dling), onde grassa a pre­ca­ri­e­dade, Fran­cisco Cor­velo, do exe­cu­tivo do or­ga­nismo dos trans­portes da ORL e di­ri­gente do SI­TAVA, que abordou o con­trolo do es­paço aberto e o pro­jecto de cri­ação do «céu único eu­ropeu»; e fi­nal­mente Ma­nuel Gou­veia, do CC e da DORL do PCP, que re­cordou as su­ces­sivas ten­ta­tivas fa­lhadas de pri­va­ti­zação da TAP.

Desde os anos 90, lem­brou Ma­nuel Gou­veia, os su­ces­sivos go­vernos de­fi­niram o ob­jec­tivo de pro­ceder à pri­va­ti­zação da trans­por­ta­dora área por­tu­guesa: «Em 1997/​98, de­correu a pri­meira ten­ta­tiva formal de vender a TAP. O go­verno afir­mava então que a TAP ou era pri­va­ti­zada ou de­sa­pa­recia, e o pro­cesso de venda desta à Swis­sair es­tava a um passo de ser fe­chado quando a Swis­sair faliu. E foi a não pri­va­ti­zação que salvou a TAP e lhe per­mitiu crescer e ga­nhar im­por­tância nos 15 anos se­guintes».

Mais tarde, em 2011, «é lan­çado o se­gundo pro­cesso de pri­va­ti­zação da TAP, com base nos mesmos falsos ar­gu­mentos usados no pri­meiro pro­cesso: a ine­vi­ta­bi­li­dade da venda para salvar a com­pa­nhia. Mais uma vez a TAP re­sis­tiria, a pri­va­ti­zação seria der­ro­tada e não acon­teceu à TAP ne­nhuma das imi­nentes des­graças anun­ci­adas».

Na ter­ceira e mais re­cente ten­ta­tiva, sa­li­entou ainda Ma­nuel Gou­veia, «mentiu-se sobre os pre­juízos da com­pa­nhia e es­condeu-se os seus ac­tivos e o seu con­tri­buto real para a eco­nomia». Mesmo assim, o an­te­rior go­verno não con­se­guiu con­cre­tizar os seus in­tentos. E foi só a 12 de No­vembro, quando já es­tava de­mi­tido, que avançou com a venda da TAP. Tratou-se de um acto ilegal:

«O go­verno es­tava em gestão e não podia vender a em­presa. O go­verno não podia as­sumir prestar avais de mais de 700 mi­lhões de euros sem prévia apro­vação da As­sem­bleia da Re­pú­blica e do Tri­bunal de Contas. O go­verno não podia al­terar as con­di­ções es­sen­ciais do Ca­derno de En­cargos no pró­prio dia da as­si­na­tura do con­trato».

Por isso, con­cluiu Ma­nuel Gou­veia, «di­zemos que a TAP não está pri­va­ti­zada, foi to­mada de as­salto por um grupo de ca­pi­ta­listas fi­nan­ci­ados pelo pró­prio Es­tado por­tu­guês, que pre­cisam de ser afas­tados ur­gen­te­mente antes que re­a­lizem es­tragos de­ma­siado graves: e im­porta lem­brar que até já me­teram os ter­renos do re­duto TAP à venda!».

  

Romper com a sub­missão

In­ter­vindo no en­cer­ra­mento do de­bate, Vasco Car­doso, membro da Co­missão Po­lí­tica do PCP, re­cordou as con­sequên­cias ne­fastas da re­versão das na­ci­o­na­li­za­ções re­a­li­zadas após o 25 de Abril de 1974 e re­a­firmou as po­si­ções e a acção po­lí­tica do PCP em de­fesa da re­cu­pe­ração do con­trolo pú­blico dos sec­tores es­tra­té­gicos:

«(…) De­fen­demos a afir­mação da pro­pri­e­dade so­cial e do papel do Es­tado na eco­nomia com a re­versão das pri­va­ti­za­ções e a re­cu­pe­ração para o sector pú­blico dos sec­tores bá­sicos es­tra­té­gicos, cons­ti­tuindo um Sector Em­pre­sa­rial do Es­tado forte e di­nâ­mico, onde se in­clui a ne­ces­si­dade do con­trolo pú­blico dos sec­tores es­tra­té­gicos da nossa eco­nomia. Tal con­si­de­ração é in­se­pa­rável da con­cepção que temos de que só assim, será pos­sível apro­veitar e de­sen­volver todas as po­ten­ci­a­li­dades pro­du­tivas do nosso País, criar em­prego e em­prego com di­reitos, es­ti­mular a ac­ti­vi­dade eco­nó­mica, re­duzir o dé­fice ener­gé­tico, cuidar do am­bi­ente e da co­esão ter­ri­to­rial, cor­rigir atrasos e res­ponder às ne­ces­si­dades e as­pi­ra­ções de de­sen­vol­vi­mento do nosso povo, num quadro de uma eco­nomia mista não do­mi­nada pelos mo­no­pó­lios à qual a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica dá co­ber­tura.

«O que impõe a re­versão de em­presas pri­va­ti­zadas e a tra­vagem e in­versão dos pro­cessos de sub­con­cessão e sub­con­tra­tação, reu­ni­fi­cando o que foi des­mem­brado. No­me­a­da­mente: a CP uni­fi­cada mo­der­ni­zada e pú­blica as­se­gu­rando a ex­plo­ração, as infra-es­tru­turas e o ma­te­rial cir­cu­lante, e a li­gação a todas as ca­pi­tais de dis­trito; a TAP como em­presa de ban­deira e pú­blica, o con­trolo do es­paço aéreo pela NAV e a re­versão da ANA para o sector pú­blico; a mo­der­ni­zação das infra-es­tru­turas, equi­pa­mentos e ex­plo­ração dos ae­ro­portos e dos portos; a di­na­mi­zação por­tuária no Es­tuário do Tejo, como é o caso do Bar­reiro; re­cu­perar a na­tu­reza pú­blica da rede ro­do­viária, re­verter a fusão das Es­tradas de Por­tugal e da REFER na In­fra­es­tru­tura de Por­tugal (IP) e travar a sua pri­va­ti­zação, ex­tin­guir as PPP e de­sen­volver a rede viária re­gi­onal.

«A con­cre­ti­zação deste ob­jec­tivo pres­supõe a rup­tura com uma po­lí­tica de sub­missão aos in­te­resses dos grupos eco­nó­micos e de afir­mação da so­be­rania na­ci­onal. Com­ba­tendo na União Eu­ro­peia todas as me­didas e de­ci­sões que afectam os in­te­resses na­ci­o­nais e não dei­xando de rei­vin­dicar e exigir a con­cre­ti­zação de todas as me­didas e apoios que possam ser po­si­tivas para o nosso País, temos bem pre­sente, que será ine­vi­tável o ques­ti­o­na­mento, o con­fronto e a rup­tura com os ob­jec­tivos que emanam de Bru­xelas ou de Berlim.(…)».




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